quinta-feira, 23 de abril de 2009

Material interessante sobre leitura

“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem”
Mário Quintana
I - A LEITURA

1.1 O que é ler
Numa primeira abordagem, ler significa conhecer, eleger, escolher, decifrar, interpretar. Ler significa distinguir dentre as idéias do autor, do texto lido, aquelas que nos são mais importantes, mais significativas, mais sugestivas. Através da leitura podemos ampliar e aprofundar conhecimentos sobre determinado campo cultural ou científico, aumentar nosso vocabulário pessoal e por conseqüência comunicarmos nossas idéias de forma mais eficiente.
Pela leitura tomamos contato com idéias de outras pessoas sobre determinado tema, aprofundamos conhecimentos e adquirimos cultura geral.
Ampliando seu significado, "leitura é o exercício constante, reflexivo e crítico da capacidade que nos é inerente de ouvir e entender o que nos diz a realidade que nos cerca e da qual também somos parte integrante". É um exercício constante porque a habilidade de ler pode ser desenvolvida e aprimorada através da repetição do próprio ato de ler, é reflexivo porque ao mesmo tempo em que se lê, é necessário que se reflita sobre a mensagem que o autor tenta nos passar em seu texto e é também crítico, porque não basta absorvermos o que nos diz o autor, é preciso confrontarmos sua mensagem com nossas próprias idéias e valores.
Podemos então afirmar que a leitura constitui-se em um dos fatores mais importantes para o aprendizado de qualquer conteúdo, como para o desenvolvimento de pesquisas, em seus diferentes tipos como veremos adiante.
O ato de ler se desenvolve através de uma seqüência de operações ou etapas como as que seguem:
a) Inicialmente o leitor precisa reconhecer os símbolos gráficos (letras, palavras e conjuntos de palavras) utilizados no texto;
b) A seguir passa a compreender o pensamento do autor, o que ocorre reconhecendo o campo semântico (organizar palavras utilizadas no texto, dentro das frases, parágrafos, capítulos, etc.) assim como o campo intencional. A compreensão de um texto envolve três etapas, a saber:
b1) a sincrética -visão holística do texto, 'o passar os olhos';
b2) a analítica - relacionamento dos campos semântico e intencional;
b3) a sintética - compreensão holística iluminada pela análise);
c) Assim é possível interpretar o pensamento do autor, além de memorizar suas idéias expostas no texto;
d) Desta forma o leitor pode valorar, isto é, comparar as informações obtidas na leitura com seus próprios conceitos e sentimentos, a fim de aceitar ou refutar as afirmações do autor;
e) Por fim o leitor terá condições de reproduzir as idéias lidas, de modo pessoal, poderá apropriar-se delas enquadrando-as no seu contexto cultural, confirmando desta forma a compreensão do texto lido.

1.2 O sujeito da leitura
O ato de ler, deve ser realizado considerando-se que o leitor deve ser o sujeito da leitura. E, para tal fim, o leitor deve entender o que lê, mais do que isto, o leitor deve compreender, avaliar, discutir e aplicar aquilo que leu.
O leitor como sujeito da leitura deve estar atento para três pontos fundamentais:
a) Ter o objetivo de compreender e não apenas memorizar a mensagem contida no texto;
b) Avaliar o texto lido, tendo como critério de julgamento a compatibilidade das idéias expressas pelo autor com a realidade vivida pelo leitor.
c) Ter uma atitude de constante questionamento, de pergunta, de busca de diálogo com o autor do texto, procurando detectar sua verdadeira intenção.
1.3 Para aproveitar a leitura
Para que a leitura seja proveitosa, algumas considerações devem ser levadas em conta pelo leitor:
a) Atenção. O leitor deve prestar atenção sobre o texto que está lendo para que possa haver entendimento, assimilação e apreensão das idéias apresentadas pelo autor.
b) Intenção. O leitor necessita ter vontade, querer tirar proveito da leitura, isto é, interesse ou propósito de absorver as idéias expostas.
c) Reflexão. Durante o ato de ler deve-se refletir, ponderar, pensar sobre o que está sendo lido, observar todos os ângulos, tentando descobrir novos pontos de vista, novas idéias, perspectivas ou relações entre as idéias apresentadas.
d) Espírito crítico. Ter espírito crítico significa ter condições de avaliar o texto lido. Julgar, comparar, aprovar ou refutar as colocações e pontos de vista do autor. Distinguir o que é interessante, verdadeiro, significativo, importante, não admitindo idéias sem analisar, ponderar, nem proposições sem discutir, nem raciocínios sem examinar.
e) Fazer análise. Analisar significa dividir o texto em partes que tenham significados próprios e estabelecer relações entre elas, a fim de compreender a organização do texto.
f) Fazer síntese. Sintetizar, reconstituir as partes em que o texto foi decomposto pela análise e resumir os aspectos essenciais, deixando de lado aquilo que é secundário ou acessório, mantendo uma seqüência lógica de pensamento.
g) Velocidade. Ao ler é preciso desenvolver uma certa velocidade, cadência ou ritmo de leitura, o que tem características individuais e depende, portanto, de cada leitor em particular.

1.4 Tipos de leitura
Para fins de organização e melhor compreensão do ato de ler, vamos apresentar alguns tipos de leitura:
a) Scanning. Assim se denomina a leitura que consiste em procura de um certo tópico no texto, utilizando o índice ou algumas linhas, parágrafos, visando encontrar frases ou palavras-chave.
b) Skimming. Captação da tendência geral do texto, sem entrar em detalhes, valendo-se de títulos, subtítulos, ilustrações, gráficos. Leitura de parágrafos, tentando entender a metodologia e a essência do trabalho.
c) De estudo. Absorção mais completa e profunda do conteúdo e de todos os significados, utilizando dicionários e fazendo resumos (ver item 1.6).
d) Crítica. Estudo e formação de ponto de vista sobre o texto, comparando as afirmações ou idéias do autor com conhecimentos anteriores ou idéias próprias do leitor.

1.5 Como escolher um livro para ler
Textos escritos, apresentados na forma de livros, revistas, dissertações, teses, relatórios técnico-científicos, artigos, documentos em geral, sejam publicações avulsas ou periódicas sejam consideradas em parte ou no todo, são úteis, basicamente, para leitura e para consultas. Nos dois casos, no entanto, há necessidade de uma seleção prévia, por parte do leitor, do material a ser lido.
Na seleção de material para leitura é importante identificar o texto que se pretende ler. Deve-se escolher o texto, sempre que possível, pelo título, autor e edição, dando-se preferência para ler o autor original do assunto tratado e, se for do conhecimento do leitor, no idioma original do autor.
Em se tratando de livros, como técnica auxiliar para escolha, devemos ler e verificar:
a) o título da obra, como forma de esclarecer o assunto e a intenção do autor;
b) a data da publicação, a fim de termos uma idéia da atualização do texto, e da sua aceitação (através do número de edições), exceto no caso de obras consideradas clássicas;
c) a ficha catalográfica, geralmente situada na segunda página do livro, e contendo informações sobre as qualificações do autor;
d) as orelhas do livro onde, geralmente, é feita uma apreciação da obra;
e) o índice ou sumário, para se ter uma idéia sobre a organização da obra, sua divisão e tópicos abordados;
f) a introdução ou prefácio, procurando determinar os objetivos do autor e a metodologia empregada na obra;
g) a bibliografia, visando conhecer as obras consultadas e indicadas pelo autor.

1.6 Técnicas de leitura trabalhada
Existem diversas técnicas que auxiliam o leitor para melhor fixação e compreensão do texto lido. A seguir abordaremos algumas dessas técnicas.

1.6.1 Sublinhar
Sublinhar é colocar em destaque as idéias principais e palavras-chaves de um texto. Em geral, a idéia principal encontra-se na primeira frase de sentido completo de um parágrafo. As palavras-chave (substantivos e/ou verbos) são aquelas que identificam o texto e lhe dão sentido.
Para sublinhar corretamente um texto, deve-se:
a) Fazer uma primeira leitura integral do texto, sem sublinhá-lo;
b) Em segunda leitura, sublinhar apenas o que é realmente importante: idéias principais, dando destaque às palavras-chave. As palavras sublinhadas devem permitir uma releitura do texto com a continuidade semelhante à leitura de um telegrama;
c) Destacar passagens importantes do texto, com traços na margem, assim como indicar as dúvidas com pontos de interrogação;
d) Não interromper a leitura ao encontrar palavras desconhecidas. Se após a leitura completa do texto as dúvidas persistirem, o leitor deverá anotá-las para buscar esclarecimentos em um dicionário, caso seja termo técnico e não constar em dicionários comuns buscar outra fonte, alguém da área, dicionário específico ou até internet.

1.6.2 Esquema
Fazer um esquema é listar os tópicos essenciais do texto, com a finalidade de permitir ao leitor uma visualização completa do texto.
A partir do esquema, é possível estabelecer uma hierarquia das idéias contidas no texto, e destacar as diretrizes que estabelecem sua unidade e coerência.

1.6.3 Resumo
O resumo deve conter os elementos essenciais do texto, tendo-se o cuidado de manter as intenções do autor.

1.7 Análise de texto
1.7.1 O que significa analisar um texto
Analisar significa estudar, decompor, dividir, interpretar, é separar os elementos e partes que o compõe até alcançar a "chave" do autor, é descobrir seu plano e estruturar suas idéias, separando as mais importantes (primárias), que dão significado ao texto, das secundárias, que complementam o sentido do que está escrito.
A finalidade principal da análise de um texto é conhecê-lo por dentro, pondo em evidência as idéias principais, as afirmações mais importantes, sem fazer julgamento (crítica).

1.7.2 Como fazer a análise de um texto
A seguir indicamos uma seqüência de passos que podem auxiliar na análise de um texto.
a) Verificar a natureza do texto, visando esclarecer se o texto que está sendo lido é trecho de obra, carta, artigo de jornal ou revista, artigo de lei ou decreto, etc.
b) Criticar a autenticidade do texto, verificando autoria, quando foi escrito, local, se é um documento original ou cópia, etc.
c) Discutir possíveis circunstâncias que levaram à redação, visando obter explicação objetiva, lógica para o aparecimento do texto. Relacioná-lo com os efeitos, correntes de idéias, opiniões, comportamentos, pensamentos, cultura da época em que foi redigido.
d) Definir, numa frase, a idéia geral (plano) do texto. Prestar atenção nas palavras chaves, que indicam a idéia principal contida no texto.
e) Fazer uma análise interna. Explicar detalhes contidos no texto, procurando interpretar os significados das palavras, a utilidade e a importância dos termos empregados e dos conceitos usados pelo autor. Buscar através de pesquisas documentais os esclarecimentos necessários para a compreensão do texto.
f) Fazer uma síntese. Evidenciar o valor e a importância do texto. Destacar, ordenar e hierarquizar os conceitos emitidos pelo autor. Refletir sobre os elementos fornecidos pela análise interna.
g) Extrapolar a análise do texto para considerar possíveis conseqüências do texto, no tempo, na posteridade. Examinar possíveis influências do texto na evolução dos acontecimentos a ele relacionados.
Como fazer a análise de um texto
A seguir indicamos uma seqüência de passos que podem auxiliar na análise de um texto.

1. Verificar a natureza do texto, visando esclarecer se o texto que está sendo lido é trecho de obra, carta, artigo de jornal ou revista, artigo de lei ou decreto, etc.
2. Criticar a autenticidade do texto, verificando autoria, quando foi escrito, local, se é um documento original ou cópia, etc.
3. Discutir possíveis circunstâncias que levaram à redação, visando obter explicação objetiva, lógica para o aparecimento do texto. Relacioná-lo com os efeitos, correntes de idéias, opiniões, comportamentos, pensamentos, cultura da época em que foi redigido.
4. Definir, numa frase, a idéia geral (plano) do texto. Prestar atenção nas palavras chaves, que indicam a idéia principal contida no texto.
5. Fazer uma análise interna. Explicar detalhes contidos no texto, procurando interpretar os significados das palavras, a utilidade e a importância dos termos empregados e dos conceitos usados pelo autor. Buscar através de pesquisas documentais os esclarecimentos necessários para a compreensão do texto.
6. Fazer uma síntese. Evidenciar o valor e a importância do texto. Destacar, ordenar e hierarquizar os conceitos emitidos pelo autor. Refletir sobre os elementos fornecidos pela análise interna.
g) Extrapolar a análise do texto para considerar possíveis conseqüências do texto, no tempo, na posteridade. Examinar possíveis influências do texto na evolução dos acontecimentos a ele relacionados.

domingo, 19 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009


"Para encontrar o azul eu uso passáros,as letras fizeram-me para frases". (Machado de Assis)


Minha relação com a leitura partiu de uma situação muito peculiar entre as famílias que têm muitas filhas. Somos cinco e eu a quarta. As tarefas domésticas eram divididas e eu odiava executá-las. Então, para escapar corria para debaixo de uma mesa e fingia estar lendo, mostrava-me muito interessada pelas letras. Minha mãe redistribuía as tarefas e dedicava mais tempo ensinando-me o ABC, de uma forma muito particular: fazia a chamada das letras, cobrindo as demais com um pedaço de papel (furado) para se certificar de que eu já as reconhecia.
Era prazeroso aprender a ler, desvendar outros mundos, diferentes daquele da cidade pequena e sem aventuras no qual eu vivia. A leitura me proporcionava uma vida que contrastava com as obrigações domésticas, era para mim um refúgio.
Assim, a minha infância foi sempre recheada de muitos livros: sonhava com príncipes, mulheres guerreiras e sonhadoras, viajava nas HISTÓRIAS DE TRANCOSO contada por meu pai.
Minha mãe, muito devota (católica) só me contava histórias bíblicas que, eu evidentemente, não achava muito graça, faltava emoção. E assim, quando aos sete anos fui à escola já sabia ler e escrever. Na escola, conheci os livros com imagens coloridas, as cores me fascinavam, a imagem me encanta até hoje.
Fui uma pessoa privilegiada no universo literário; visitava A CASA DE CULTURA de minha cidade, um lugar encantador que guardo na memória até hoje, pois havia muitos livros. Lá conheci MARCELO, MARMELO E MARTELO, DIB’S EM BUSCA DE SI MESMO, ÉRAMOS SEIS, AS TRÊS GAVETAS, MEU PÉ DE LARANJA LIMA, AS AVENTURAS DE XISTO, O MENINO DE ASA, O MENINO DO DEDO VERDE E POR AÍ VAI... Meu universo de leitura foi-se ampliando à medida que crescia e amadurecia. Conheci o charme da escrita e o mistério de ÁGATHA CHISTIE, HAROLDO HOBBINS E SIDNEY SHELDON. Era apaixonada por eles. Lia tudo deles, em qualquer lugar, hora. Descobri-me míope de quase 8 graus.
Isso tudo preocupava a alguns da família, pois eu me isolava e tinha dificuldade de me relacionar com pessoas que fugiam ao meu parâmetro de estudante: aquela que não precisava ter as melhores coisas, mas fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
Só no Ensino Médio é que a Literatura dos clássicos se tornou intensa na minha vida. A secura das palavras de Graciliano Ramos se confundia com a vida inóspita e sem oportunidades da cidade pequena onde eu morava; Machado me intrigava, me sentia a própria Helena, Capitu, Virgília e todas as mulheres descritas por ele. Era um verdadeiro bruxo que hipnotizava sua súdita.
Por esses mundos navegados visitei Victor Hugo, Tostói, Dostoievsk, Kafka entre tantos outros que continuam a me convidar diariamente, ao deleite da leitura, mas em detrimento das responsabilidades do dia-a-dia são substituídos por outras leituras ou por um número muito exíguo.
Acredito que o futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido e que sempre haverá oportunidade para reinventar o tempo.
Deixarei aqui registros da vida: pensamentos, sentimentos, viagens; sons do mundo; ilustres colegas de sonhos; desejos alegres; imagens da vida ou das vidas.

domingo, 5 de abril de 2009


REGISTRO REFLEXIVO


Reflexões da semana de 02 a 06/03/09 no IAT – Salvador/BA


"TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PENA".

Uma semana de encontros e reencontros. Que bom! Conhecer pessoas novas é sempre válido!
Ansiava por muitas novidades durante essa semana, mas o inesperado acontece. A professora Isabel se depara não com uma turma de iniciantes, mas com um grupo de veteranos no programa GESTAR.
E aí, o que fazer? Nem tudo está perdido, pois sempre há o que colher do outro nas
interações, construção/desconstrução de saberes. Basta tranqüilidade e sabedoria para contornar as situações adversas e inesperadas. Ponto para Isabel.
Explorar os AAAs, discutir algumas temáticas dos TPs, assistir ao filme “NARRADORES DE JAVÉ” compartilhando o universo múltiplo da leitura com os moradores de Javé e ressignificar os meus conceitos foi bastante valioso.
De volta para casa é só burilação e lapidação das idéias/pensamentos...
"Viver! E não ter a vergonha De ser feliz Cantar e cantar e cantar A beleza de ser Um eterno aprendiz..." (Gonzaguinha)
É uma maior certeza!!!!